Michelli Zamboni e Mirian Pegoraro
Bolsistas PIBID
A
realidade em sala de aula e o convívio com a comunidade escolar são sempre
surpreendentes e imprevisíveis, tendo em vista a grande diversidade sociocultural
presente nas escolas. Faz-se necessário cada vez mais a convivência no ambiente
escolar, principalmente na formação de professores. Os aspectos que fazem parte
da observação dos espaços escolares e da comunidade escolar são, de fato, muito
importantes para a iniciação à docência. O contato com a escola pública é
motivador para a formação de bons professores, pois quando estamos do lado de
fora deste ambiente muitas vezes criticamos a gestão escolar, porém, quando há
a oportunidade de atuar na escola, pode-se observar as dificuldades encontradas
e perceber outra realidade.
O
grupo de doze estudantes do Subprojeto PIBID de Chapecó, edição 2014, foi dividido
em dois grupos: um foi para a Escola Tancredo de Almeida Neves, localizada no
bairro Efapi, e o outro grupo foi para a escola São Francisco, situada no
bairro Seminário. Durante a primeira visita, foram feitas observações do
ambiente escolar e realizados os primeiros contatos com seus colaboradores.
As
escolas são extremamente diferentes. Nem sempre são as mais adequadas e se
diferenciam na estrutura, na comunidade, na localização, na parte
socioeconômica das famílias. A estrutura da Escola Tancredo Neves é ampla, com
ginásio para esportes e diversas atividades, muitos laboratórios, 15 salas de
aulas, espaço para refeições, biblioteca em bom estado e organização, com apenas
algumas falhas na construção do prédio da escola. As turmas da escola com que
trabalhamos, têm bom comportamento, porém interagem muito pouco com o conteúdo
e com os professores. Os pais pouco comparecem no ambiente escolar, só quando
solicitados, e ainda assim, muito pouco.
A escola enfrenta um problema de
cultura na comunidade escolar, pois há pouca aceitação do Ensino Médio
Inovador, que institui o ensino em tempo integral na referida escola, não
deixando, assim, tempo para os estudantes trabalharem fora. A localização é em
um bairro periférico da cidade (Efapi), mas que não influência no processo de
aprendizagem dos alunos.
Entrada da Escola Tancredo Neves
(Foto: Bernardo Luza, 2014).
(Foto: Bernardo Luza, 2014).
Laboratório de Informática da Escola Tancredo Neves
(Foto: Bernardo Luza, 2014).
(Foto: Bernardo Luza, 2014).
Diferentemente
da Escola Tancredo de Almeida Neves, a Escola São Francisco está situada no meio
do bairro Seminário, ao sul da cidade de Chapecó. O entorno da escola é
bastante diversificado, no qual existem grandes diferenças no perfil
socioeconômico das famílias. Sendo a única escola do bairro, abrange desde a
primeira série até o último ano do ensino médio. A escola conta hoje com 13
salas de aula, distribuídas em três alas, possui uma biblioteca, um laboratório
de informática, uma sala do SAEDE que é para alunos que necessitam de
atendimento especial. Não possui um ginásio para a prática de esportes, apenas
uma quadra de areia e uma quadra de esportes que não possui cobertura.
Em
geral a escola procura se organizar conforme a estrutura que têm à sua
disposição. O estado de conservação não é dos melhores. Por um lado, a
estrutura da escola é bastante limitada, e por outro, o terreno é grande o
suficiente para se ter mais infraestrutura e espaço para atender as
necessidades do ambiente. Para a integração dos alunos somente há um pátio, não
muito grande, coberto, onde também são servidos os lanches na hora do intervalo
e uma área maior a céu aberto. Os alunos não tem outra opção a não ser usar
esses espaços com muitas limitações e socializando com os outros colegas.
Os
espaços para estudos na escola são muito limitados, pois os alunos têm à
disposição as salas de aula, uma pequena biblioteca e um pequeno laboratório de
informática. A escola possui várias tecnologias disponíveis a serem exploradas
pelos professores, porém todos necessitam de agendamento prévio pela pouca
quantidade de aparelhos audiovisuais disponíveis.
As turmas que foram
observadas até o momento são agitadas, participativas, porém, muitas vezes a
professora não consegue começar a aula, pois a existência de muita conversa e
agitação e alunos indisciplinados. Os pais ou responsáveis vão à escola quando
a direção solicita o comparecimento dos mesmos.
Entrada da Escola São Francisco.
(Foto: Mirian Pegoraro, 2014).
(Foto: Mirian Pegoraro, 2014).
Vista de uma das salas de aula da Escola São Francisco.
(Foto: Mirian Pegoraro, 2014).
(Foto: Mirian Pegoraro, 2014).
A
partir das observações das duas escolas, pudemos perceber a importância do
exercício da observação, agora não como alunos, mas como acadêmicos que
caminham rumo à docência. E é isso que o PIBID nos proporciona: uma ampla
vivência no ambiente escolar, contribuindo para nossa formação a partir da
inserção do licenciando na observação de aulas, no convívio com alunos e
professores, direção e colaboradores.