Bernardo Luza e Cleone Stülp
Bolsistas PIBID
A realidade atual exige mudanças no
processo de formação docente que vão além da inserção de novos conteúdos,
reorganização de carga horária, adoção de novos conceitos e ações. Então,
acreditamos que a interação entre a teoria e a prática, pelo confronto do
conhecimento teórico com a realidade vivida no cotidiano das escolas, ajuda na
superação das limitações presentes nos cursos de formação de professores.
As experiências proporcionadas pelo
projeto PIBID são riquíssimas para “aprender a ser professor”. Aprende-se a
como se comportar e como resolver os problemas na sala de aula, como entender e
trabalhar melhor com os conteúdos, como lidar com os alunos e cuidar da
disciplina, como pesquisar e buscar novas metodologias, como atender os alunos
com maiores dificuldades, como adquirir mais segurança e autoconfiança, dentre
outros.
O conselho de classe nas duas escolas (Tancredo
de Almeida Neves e São Francisco) teve a participação dos licenciandos de
Geografia da Universidade Federal da Fronteira Sul integrantes do projeto PIBID.
O conselho de classe é importante para uma análise do ensino e da aprendizagem,
pois propicia uma avaliação qualitativa, olhares de diversos professores,
análise de diferentes registros do acompanhamento da aprendizagem dos alunos, a
discussão da aprendizagem dos alunos, planejamento das intervenções para
superar as dificuldades e a socialização do que está dando certo. O principal
objetivo do conselho de classe é avaliar o aluno de forma integral, por meio de
diferentes olhares. É momento de síntese que precisa ser coerente com a
proposta pedagógica que está sendo desenvolvida.
Ao longo do encontro foram avaliados os
alunos do ensino fundamental e médio, bem como verificada a atual situação ou
desempenho escolar, anotando na tabela individual (onde consta nome do aluno,
foto, turma, se trabalha ou não, e relação de disciplinas) para posteriormente
haver ou não a possível chamada dos pais para repassar as informações
necessárias.
Quando ocorre o Conselho de Classe,
discute-se as concepções de avaliação escolar presentes nas práticas educativas
dos professores. Neste sentido, a importância dos Conselhos de Classe e dos
processos avaliativos da escola está nas possibilidades e capacidades de
leitura coletiva da prática, bem como diante do reconhecimento compartilhado
das necessidades pedagógicas, de modo a mobilizar esse coletivo no sentido de
alterar as relações nos diversos espaços da instituição.
Avaliar é tarefa antiga das escolas. Existe
desde a sua criação e, embora haja variedade nas formas da atividade
avaliativa, ela manteve, ao longo dos séculos, certo caráter punitivo, presente
ainda hoje nas escolas que valorizam a verificação em detrimento da avaliação,
como afirma Cipriano Luckesi [1]. Assim, o que hoje se observa é que a avaliação está centrada no
desempenho cognitivo dos alunos, sem referência a um projeto de escola ou ao
trabalho docente, objetos também de avaliação.
Os processos de avaliação escolar refletem os posicionamentos dos
profissionais e são fundamentados pelas concepções de escola, de ensino, do
papel do professor, do papel do aluno, que cada um possui.
A organização e as condições de
trabalho do professor apresentam-se como fatores determinantes no processo e
orientam as diferentes práticas docentes. A transformação da prática pedagógica
liga-se estreitamente à alteração da concepção de avaliação porque a construção
do processo avaliativo expressa o conhecimento da e sobre a escola. É fundamental compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções adequadas.
Referência
[1] LUCKESI. Cipriano C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
[1] LUCKESI. Cipriano C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola? In: Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2003.