23 de setembro de 2013

A sociedade do consumo e o desperdício de alimentos

Annelise Edith Schmidt
Supervisora - PIBID/Geografia

Bernardo Luza
Bolsista PIBID/Geografia

      Atualmente, sabe-se que é preciso de forma urgente evitar o enorme desperdício de alimentos gerados no mundo. Com a emergência da consciência ambiental que já se sente no sentido de evitar o aumento de degradação de florestas, de acordos e legislação que tratam da diminuição da poluição do ar, em função do aquecimento global, o processo de reciclagem de materiais, é emergente enfrentar o Desperdício de alimentos, uma vez que há já comprovadamente perda de solo agricultável e grandes áreas produtoras de alimentos voltados para produção de combustíveis.

       Na nossa Unidade Escolar, a realidade chega ser chocante, as refeições dos alunos é terceirizada, e segundo dados levantados pelos alunos durante uma semana de observação, pesagem e acompanhamento de todo alimento jogado no lixo, chegou aos absurdos 102 kilogramas.  Precisamos sim, pensar em uma escola Sustentável então temos que fazer a tarefa de casa, diminuir o Desperdício e dar um fim ambientalmente correto das sobras, que deverão ser reduzidas consideravelmente e de forma urgente.

      Vivemos numa Sociedade do Consumo, onde não só alimentos são desperdiçados, mas somos geradores de inúmeros materiais recicláveis, onde muito pouco disso é reaproveitado e realmente reciclado, portanto emerge discutir e pensar no desenvolvimento de uma Sociedade capaz de reavaliar suas atitudes e perceber que estamos no limite dos recursos oferecidos pelo Planeta, assim como a disponibilidade de energia para processamento de tudo que precisamos e nos cerca enquanto consumidores. Supérfluos, embalagens e bens de rápido descarte e superação tecnológica fazem parte do cotidiano do cidadão global como algo normal, e parecer infinito imperativo de uma mídia mediática.    

      A teoria científica que utiliza a lógica do saber técnico-instrumental se sintetiza no nascimento da ideia de que o conhecimento consiste na dominação da natureza e da sociedade. Com isso, ela reúne junto a si a busca constante de novos métodos de explorar novos caminhos, as descobertas realizadas são aplicadas para efetivação de determinados objetivos, na maioria das vezes, beneficiando somente uma minoria.

Grupo de participantes: Além dos alunos, participação maciça dos pais, professores e supervisores do Pidid (Programa Institucional De Bolsas De Iniciação á Docência), coordenadores do Pibid (Universidade Federal da Fronteira Sul) e a Direção geral da Escola.

       Há no planeta dois bilhões de pobres que não se alimentam por não terem acesso a alimentos e por outro a dramática situação do desperdício, e o Brasil está entre os dez países do mundo que mais desperdiçam alimentos, calcula-se que no mundo são jogados no lixo em torno de 45 bilhões de quilos de alimentos por ano. Cerca de 35% da produção agrícola no Brasil vai para o lixo, o que daria para alimentar mais de 10 milhões de pessoas, e temos no país mais de 30 milhões de pessoas que praticamente não se alimentam e cerca de  16 milhões destes sofrem de fome crônica, enquanto isso 60% de todo lixo domiciliar são compostos por comida.

       Atualmente, a cidadania, apesar de ser compreendida de diferentes formas, possui aspectos centrais que não podem ser desconsiderados. A sua construção, ocorrendo de forma coletiva, sempre é uma conquista de caráter não permanente que prevê organização e articulação social na luta por direitos e pela sua manutenção. Os direitos, por sua vez, ao mesmo tempo em que são individuais, também são coletivos, sendo indispensável a articulação de forças para que sejam garantidas as potencialidades de realização humana, oportunizadas pela vida social.

      Segundo a ONG World Watch Institute, relatório Estado do Mundo publicado em 2004, mostra que os norte-americanos e europeus somam cerca de 12% da população do planeta, mas são responsáveis por 60% do consumo doméstico mundial de bens e serviços. Imaginemos então, o restante dos 88% da população mundial adentrar no mercado do consumo com mesmo potencial, há necessidade de quantos planetas? A educação ambiental deve provocar mudanças de comportamentos, atitudes no qual o ser humano se perceba como um elemento integrador de um grande ecossistema: O planeta Terra com seus recursos finitos, e como uma grande Teia, a Teia da Vida onde um elemento degradada afeta a cadeia como um todo.

       Segundo Sigmund Bauman, a sociedade hoje se pauta no consumo, invertendo a máxima de Descartes, onde afirma: Consumo logo existe, entender a reciclagem como um processo importante é fundamental, mas acima de tudo a lógica de uma mudança no processo educativo é diminuir o Consumo e assumir a responsabilidade de um Consumo Sustentável, evitando assim o desperdício de todos os recursos, bens e serviços necessários a nossa vida. Acreditamos que Reduzir e Preservar são pontos chaves, no sentido da prática de processo ecologicamente corretos e pressupostos da sustentabilidade. Se acreditarmos na nossa tarefa de educar, devemos fazê-lo no sentido de preservar a vida, compreendendo as suas mais profundas conexões, materiais e espirituais. O conhecimento transforma as ações do ser humano, capaz de significar e ressignificar a existência do ser humano.

    Mural com atividades desenvolvidas pelos alunos do 8° ano
      
Destaca-se também, a forma da escola criar oportunidades para os alunos integrarem conteúdos de diferentes disciplinas curriculares, além de abrir espaço para o estudo e trabalho de conteúdos extracurriculares. Ao ser concebido como um projeto, o evento passa a ser uma das etapas a serem realizadas, visto que as dimensões sociais e culturais das relações entre os envolvidos no projeto fortalecem vínculos afetivos e a formação cidadã.