Débora Weber de Souza e Nadialine Zambot
Bolsistas PIBID
Nos dias 15 e 16 de setembro de 2015, no auditório da UFFS, Campus Chapecó, foram realizadas duas palestras envolvendo a temática do Ensino da Geografia no âmbito do II Café Geográfico, com as professoras Lana de Souza Cavalcanti (UFG) e Helena Copetti Callai (UNIJUI), importantes estudiosas da área de Ensino de Geografia e pesquisadoras do CNPq. Os temas das conferências foram “Ensinar e Aprender
Geografia” no primeiro dia, e “Juventude, espaço e tempo: desafios da prática
docente do Ensino Médio” no dia 16. O evento foi organizado pelo programa Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio e
teve a coordenação dos professores do curso de Geografia da UFFS/Chapecó Adriana Andreis e Willian Simões.
Os dois
eventos trouxeram à discussão os desafios do ensino-aprendizagem da Geografia
no processo da produção do conhecimento em sala de aula. Nessa perspectiva, as conferencistas
buscaram relacionar a tensão existente entre a universidade e a escola na
redução do conhecimento científico e limitação na educação geográfica. No
primeiro dia, as professoras propuseram trabalhar os conceitos geográficos
dentro da sala de aula, por meio das análises sobre os conceitos na construção
do pensamento espacial, ou seja, pensar a espacialidade e tornar a aula um
objeto de investigação. Nesse sentido, a sala de aula se torna um espaço de
produção e reprodução do conhecimento.
Já no
segundo dia de evento, a discussão sobre o processo do ensinar e aprender Geografia
em caráter conceitual foi retomada sob a perspectiva do ensino médio, focando nas
expectativas do jovem e sua identidade estudantil. Nesse debate, a escola é
vista como um importante espaço de socialização dos jovens e reprodução da sua
identidade estudantil, que seria a forma cultural do jovem se expressar nesse
espaço.
Profª. Drª. Helena Callai.
Foto: Fabio Denig.
Profª. Drª. Lana Cavalcanti.
Foto: Fabio Denig.
Conferencistas respondendo às questões da plateia.
Foto: Ederson Nascimento.
Diante disso, surge a necessidade de (re)discutir o ensino da Geografia no Ensino Médio, devido a forma produtivista que a mesma é abordada, pois suas bases não são as dos conceitos geográficos para compreensão do espaço social e sim as dos conteúdos dos vestibulares, e a formação dos alunos não é voltada para pensar a espacialidade. A problemática do espaço vivido por aquele individuo é voltada apenas para o mercado de trabalho, e o professor, nesse processo, acaba por atuar com ensino mecanicista, um ensino que ignora o espaço social do jovem e sua identidade estudantil, onde não existe um diálogo e este atua de forma passiva aos processos de transformação existente neste “espaço-tempo” escolar.