Fabiane
Ripplinger e Mirian Pegoraro
Bolsistas PIBID
Em tempos passados, o espaço rural era
interpretado somente como o espaço não urbanizado em uma cidade, mas com o passar dos anos esse
conceito adquiriu uma nova configuração, em decorrência da modernização e da
mecanização do campo, através de programas de incentivos do Estado aos produtores
rurais. Com isso, há uma crescente relação de interdependência entre o espaço
rural e urbano, no qual o produtor rural depende de máquinas agrícolas, adubos
químicos, sementes, entre outros disponíveis no meio urbano. Já o espaço urbano
depende do espaço rural, através da produção de alimentos e matérias primas
extraídas no espaço rural, utilizadas principalmente em indústrias.
Com a modernização e mecanização do campo houve
um aumento da produção, porém muitas pessoas perderam seus empregos e a
possibilidade de se manter no meio rural. Neste sentido ocorreu um fenômeno
chamado êxodo rural, ou seja, a um deslocamento populacional do meio rural para
o urbano.
Estas pessoas que saem do campo e vão para a
cidade geralmente não conseguem um emprego fixo rapidamente, pois não possuem a
qualificação necessária para ocupar as vagas disponíveis no mercado de trabalho
neste local. Sucessivamente, há um problema com a moradia, pois sem emprego
fixo, e necessitando pagar aluguel, água e luz, torna-se cada vez mais difícil
sustentar a família, logo ficam endividados e o destino são as ruas ou
constroem casas em favelas com o pouco dinheiro que conseguem no subemprego na cidade.
A violência, a falta de saneamento básico, falta de vagas em creches, hospitais
e pronto-atendimentos lotados, falta de medicamentos gratuitos nestes locais,
são consequências de um crescimento populacional desordenado.
Imagens de diferentes
pontos da cidade do espaço periurbano de Chapecó mostrando as interfaces entre
o rural e o urbano e os contrastes socioespaciais. As fotos foram utilizadas nas exposições em aulas.
Fotos: Mirian Pegoraro (2015).
A temática citada acima constitui-se como parte
de uma intervenção escolar. As aulas deram-se de modo
expositivas/participativas, utilizando quatro aulas com uma turma de sétimo ano
na EEB São Francisco. Como objetivo
desta intervenção, buscou-se que os alunos compreendessem as diferenças entre o
espaço urbano e o rural, bem como as relações que existem entre ambos. Para
isso, debateu-se o conteúdo com os alunos, resolveu-se exercícios, bem como
confeccionou-se cartazes com posterior apresentação oral e para finalizar, foram
apresentadas algumas fotos da cidade de Chapecó/SC.
Os alunos elaboraram cartazes sobre as "dimensões socioespaciais do rural e do urbano".
Fotos: Fabiane Ripplinger (2015).
Como avaliação da
intervenção, pode-se concluir que os alunos tiveram dificuldade no início,
porém eram participativos e questionavam quando não entendiam. Isso torna a
aula mais produtiva e contribui no processo de ensino aprendizagem. Pode-se
afirmar que tanto os alunos como as bolsistas tiveram grande aprendizagem sobre
a temática. Vale ressaltar que apesar de ter sido pouco tempo e talvez a
metodologia não ter sido inovadora, configura-se como a primeira intervenção
das bolsistas e certamente será qualificada.