27 de fevereiro de 2015

Estrutura etária e população da Europa: estratégias em sala de aula

Maycon Fritzen e Renato Canonico de Souza
Bolsistas PIBID


Para cada tema que nos propomos a trabalhar em sala de aula, surgem dificuldades quanto às possibilidades de organizar uma metodologia que torne a atividade instigante e ao mesmo tempo aprofunde a construção do conhecimento com a participação dos alunos. Mais especificamente, quando observa-se em específico um continente, no nosso caso o continente europeu, já vislumbra-se para o conteúdo referente a estrutura etária e a população algumas possibilidades teóricas e práticas bastante efetivas.


Pensando nessas metodologias possíveis, traçou-se a estratégia de construir um entendimento processual de conceitos fundamentais da demografia, para entende-los numa teoria maior de evolução demográfica para então observar o caso específico de Europa, mas também colocando como comparativo próximo à realidade dos alunos o caso brasileiro. Nesse sentido, estudaram-se primeiramente as taxas de natalidade, mortalidade e a expectativa de vida. Esses três dados articulados formam a tese central da teoria de transição demográfica, que explica muito da realidade do crescimento e envelhecimento da população e diferentes países. Conhecendo os conceitos, os alunos compreenderam facilmente a construção do seguinte gráfico:



Fases da transição demográfica
Fonte: UOL Educação



O gráfico foi construído na lousa, apresentando fase a fase da transição e exemplificando os motivos e cada mudança, relacionados principalmente ao estilo de vida da população e os avanços científicos no campo da saúde. Dessa forma já foi possível fazer o paralelo com a própria trajetória dos alunos, que tem na sua maioria os avós vindos do campo, os pais participando do processo de êxodo rural e eles próprios a geração que nasce e cresce no contexto urbano. Finalmente o terceiro momento da aula com o 9º ano foi dedicado a observar como isso se reflete nas pirâmides etárias de cada década, apresentando as pirâmides etárias de diferentes países da Europa, da década de 1980, 1990 e de 2010. Com o suporte teórico de artigos que tratam o comparativo com o caso brasileiro, também é possível estabelecer um paralelo com o Brasil, bastando colar na lousa as pirâmides etárias previamente impressas para tal fim. 

A atividade foi bastante produtiva e deu conta de abarcar conteúdos e conhecimentos que o próprio livro didático não traz no seu texto, limita-se apenas a mencionar em algumas frases. Esse exercício de observar primeiramente uma construção teórica e posteriormente dados demográficos mais antigos e atuais conseguiu mostrar como efetivamente se dá o processo de transição demográfica e explicar boa parte das dificuldades que os países europeus enfrentam hoje, com o envelhecimento da população.


Leitura Sugerida

SILVA, Barbara-Christine Nentwig. SILVA, Maina Pirajá . Brasil e Europa: uma análise comparativa das estruturas etárias. Scripta Nova (Barcelona), v. XIV, p. 310-322, 2010.