Flávia Ruti Mass
Bolsista PIBID
Bolsista PIBID
A sala de aula é um
local fundamental para a produção e aquisição de conhecimentos. E este processo
se dá através do exercício de habilidades como a sistematização de ideias, a
argumentação, o debate e a reflexão. Contudo, é de suma importância o desenvolvimento,
no trabalho docente, de estratégias e metodologias que motivem e viabilizem a mobilizar
tais habilidades, especialmente no trabalho com conteúdos cuja natureza é
distante da realidade cotidiana dos mesmos. É com base nestes pressupostos que
foi desenvolvida uma atividade semelhante a um júri, para o trabalho com
conteúdos referentes à China, no caso, a política de controle demográfico
(conhecida como “política do filho único”), e as características e críticas do regime
econômico socialista e sua transição para o capitalismo.
A ideia de trabalhar tais
conteúdos na forma de júri surgiu após a professora ter trabalhado com os
alunos do 9° ano, assuntos referentes ao Continente Asiático. Enquanto a
professora da disciplina de Geografia explicava o conteúdo, os alunos
demonstraram grande interesse pela China e suas especificidades, principalmente
em relação ao controle do crescimento demográfico que é realizado pelo Governo
no país, e também pelo modelo econômico vigente que é o socialismo. Considerou-se
que realizar um júri seria adequado, pois os alunos pesquisando compreenderiam
melhor os prós e os contra da política chinesa do filho único, bem como regime
econômico socialista.
Após a professora ter, explanado
sobre o conteúdo e feito atividades com os alunos, iniciou-se a atividade do
júri. Primeiramente averiguou-se se eles sabiam o que era um júri, e em seguida
foi explicado como este é feito. Para facilitar a compreensão dos mesmos,
recomendou-se a alguns filmes que abordam a temática.
Na etapa seguinte,
dividiu-se a turma em dois grupos (determinados identificados como números 1 e
numero 2), o primeiro ficou responsável pela defesa da política do filho único
e da economia socialista, e o segundo com a acusação, no caso, com as críticas à
política demográfica chinesa e ao socialismo. Para eles começarem a fazer a
pesquisa disponibilizou-se temas para os dois grupos abordarem. Na aula
seguinte, explicou-se que os alunos deveriam argumentar sobre seus temas em
duplas, sendo disponibilizado 5 minutos para cada dupla. Solicitou-se a eles que também entregassem um
resumo da argumentação elaborada pelos mesmos, a fim de que pudéssemos
orienta-los em suas defesas.
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Alunas defendendo suas idéias. |
Para o desenvolvimento da atividade foram utilizadas seis aulas, sendo quatro para a produção e outras duas para a execução. O objetivo foi trabalhar com os alunos alguns aspectos que estes considerassem interessantes e curiosos sobre a China, sendo eles mesmos os responsáveis por selecionar o que seria importante estudar e compreender melhor, fazendo com que os estudantes se tornassem atuantes na construção do conhecimento. Ao final percebeu-se que todos deram o seu melhor, sendo que o resultado da atividade superou as expectativas.
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Presença dos bolsista na atividade. |
A atividade foi aprovada
tanto pelos alunos, que melhoraram seus conhecimentos e tiveram sanadas suas
dúvidas e curiosidades sobre o conteúdo, como pela professora responsável pela disciplina
de Geografia, que com a contribuição das bolsistas pôde trabalhar melhor com os
conteúdos de interesse dos alunos. As bolsistas também avaliaram de maneira
muito positiva a atividade, pois foi uma oportunidade de desenvolver novas
experiências e adquirir conhecimentos, bem como pela massiva participação de
todos os alunos, envolvendo-se no processo e realizando as tarefas.
Atividades que
despertam o interesse dos alunos devem ser trabalhadas através do envolvimento
dos mesmos na elaboração de seus próprios saberes, sendo que a formação crítica
de um sujeito passa, antes de tudo, pela formação de um aluno que desenvolve
seus próprios conhecimentos e atua sobre eles manifestando sua opinião.